sábado, 31 de outubro de 2009

Irreversível




Elisabete! Elisabete!
Chamava ternamente uma voz distante e dissipante como eco em cavernas profundas, era hora de acordar, a voz representava o sinal de alerta de que sua mente corria por caminhos perigosos. Era um sinal e por tanto, teria de voltar ou vegetaria para sempre em lembranças suicidas que nem mesmo eram suas.
Para Lis as coisas pareciam não fazer mais sentido vivenciava uma atmosfera surreal, fora de controle, que jamais em sua loucura poderia explicar. Desequilibrada não muito certa do que estava fazendo, se jogou do alto prédio, e naquele impulso louco lhe veio a sanidade e arrependida viu que já era tarde, muito tarde. Irreversível.

Era Dezembro de 2009, havia exatos dois anos desde a morte de Pauline e tudo que Elisabete sabia sobre seu estranho suicídio não era mais do que qualquer um poderia especular. Pauline andava confusa e depressiva demais, nos últimos meses buscava amortização pelo abuso de calmantes e uísque e não era incomum fraga-la chorando pelos cantos totalmente ébria.
O que se passava naquela mente perturbada? O que leva uma pessoa cometer uma loucura dessas, chegar ao ponto de tirar a própria vida? Talvez essas perguntas fiquem um bom tempo sem resposta, pois os segredos da mente estão alem do saber dos simples mortais, e de certo, jamais seremos capazes de saber e talvez nunca saibamos com detalhes o quão doente uma mente pode estar até o triste fim.
Haviam se passado dois anos, mas essas perguntas ainda continuavam sem resposta e perturbando seu sono todas as noites. Era hora de buscar ajuda, era hora de obter respostas.
por Alexandre Oliveira