Quanta fragilidade naquele momento de dor. Como uma flor, sensível, delicada, ela encostava sua cabeça em meu ombro, tremia e soluçava inconsoladamente.
Seus finos cabelos escorriam como um véu negro pelo seu lindo rosto, agora retorcido pela agonia causada pela insuportável dor da perda.
Ofereço-lhe um lenço e mesmo ela tendo um, aceita gentilmente o meu. Nessas horas, é melhor se deixar consolar.
O padre profere uma prece, que sabemos não servir de consolo ou conforto para ambos, mas escutamos educadamente a ladainha, em respeito aquele que partiu e os demais presente ali.
Sempre achei que dor maior, sente aquele que fica, do que aquele que vai. Que frustração maior é saber que não o veremos nunca mais. A não ser por alguma forma artificial como numa imagem, sonhos ou lembranças, nada mais. Por que mesmo com a volta, não somos mais o mesmo, não somos mais o que éramos antes.
Estou aqui parado a poetizar melancolicamente e por alguns minutos chego a pensar que sou gente, que existe um pouco de humanidade em mim, mas isso não é verdade. Sou o mesmo crápula de sempre. Aproveitando da carência da pobre viúva e do seu medo da solidão, eu à abraço e acaricio sensívelmente. Ela sabe que meus carinhos são mais que consolos empáticos, mas a duvida e a confusão a impedem de reagir. Ela não tem certeza se quer reagir.
De súbito, ela se afasta de mim e se desculpa, dizendo que tudo isso a deixou desnorteada, e que abraçar um estranho não lhe era comum, mesmo num momento como esse. Eu nada digo, apenas toco-lhe a nuca com minhas mãos quentes e confortantes, puxo-a de volta num beijo cálido, sugo-lhe a energia, entro em sua mente, possuindo e consumindo seu corpo em poucos segundos. Eu vim por suas preces, vim por seu desejo por felicidade e liberdade, mas não ficarei por muito mais tempo.
Eu a deixo ver o vermelho dos meus olhos e sentir a frieza do meu coração, balbucio palavras de promessas fúteis em seu ouvido e desapareço sob a luz fria e alaranjada do entardecer. A deixo caída na grama verde e macia, salpicada por pétalas de rosas vermelhas, as minhas preferidas. Ouço gritos, mas não me abalo.
Seus finos cabelos escorriam como um véu negro pelo seu lindo rosto, agora retorcido pela agonia causada pela insuportável dor da perda.
Ofereço-lhe um lenço e mesmo ela tendo um, aceita gentilmente o meu. Nessas horas, é melhor se deixar consolar.
O padre profere uma prece, que sabemos não servir de consolo ou conforto para ambos, mas escutamos educadamente a ladainha, em respeito aquele que partiu e os demais presente ali.
Sempre achei que dor maior, sente aquele que fica, do que aquele que vai. Que frustração maior é saber que não o veremos nunca mais. A não ser por alguma forma artificial como numa imagem, sonhos ou lembranças, nada mais. Por que mesmo com a volta, não somos mais o mesmo, não somos mais o que éramos antes.
Estou aqui parado a poetizar melancolicamente e por alguns minutos chego a pensar que sou gente, que existe um pouco de humanidade em mim, mas isso não é verdade. Sou o mesmo crápula de sempre. Aproveitando da carência da pobre viúva e do seu medo da solidão, eu à abraço e acaricio sensívelmente. Ela sabe que meus carinhos são mais que consolos empáticos, mas a duvida e a confusão a impedem de reagir. Ela não tem certeza se quer reagir.
De súbito, ela se afasta de mim e se desculpa, dizendo que tudo isso a deixou desnorteada, e que abraçar um estranho não lhe era comum, mesmo num momento como esse. Eu nada digo, apenas toco-lhe a nuca com minhas mãos quentes e confortantes, puxo-a de volta num beijo cálido, sugo-lhe a energia, entro em sua mente, possuindo e consumindo seu corpo em poucos segundos. Eu vim por suas preces, vim por seu desejo por felicidade e liberdade, mas não ficarei por muito mais tempo.
Eu a deixo ver o vermelho dos meus olhos e sentir a frieza do meu coração, balbucio palavras de promessas fúteis em seu ouvido e desapareço sob a luz fria e alaranjada do entardecer. A deixo caída na grama verde e macia, salpicada por pétalas de rosas vermelhas, as minhas preferidas. Ouço gritos, mas não me abalo.
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